quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Eu era princesinha da familia....primeira filha, primeira neta, era o xodózinho de todo mundo.
Até minha mãe ficar gravida do meu irmão. Eu tinha 3 anos.
A gestação foi bem conturbada devido a uma aprendiz de terrorista - eu- que torturava a propria mãe dizendo que não tinha valor para ela.
Quando ele nasceu, e eu vi aquela cara toda enrugada, com expressão de nada, sentia um misto de ciúme com amor...ele parecia tão inofensivo.
Então meus sentimentos se dividiam em odio quando todo mundo se amontoava em volta dele e me deixava esquecida no canto, e em amor, quando eu via ele dormindo tão sereno na no berço, ou chorando tão desprotegido por alguma coisa.
Tentando parecer prestativa, um dia inventei que ia pegá-lo no colo para cuidar dele, quando estava no berço. E me meti a tentar tirá-lo de lá. Eu só não tinha noção de que ele era muito grande para passar através da grade. Se minha mãe não chega a tempo...
Ele ia crescendo, e eu ia me acostumando com ele...ia reparando como ele era lindo quando brincava comigo, como ele era fofo com aquela chupeta presa por um barbante q vinha até o umbigo, como ele andava todo tortinho tentando se equilibrar, e como ele era irritante quando chorava ou fazia manha.
O ciúmes ia dando lugar a um sentimento de proteção, afinal, a irmã mais velha tem como função cuidar do irmãozinho mais novo, e eu me sentia orgulhosa por isso.
Como demorou pra ele começar a falar....minha mãe fez simpatias a torto e a direito para ele soltar uma palavra q fosse, e ele não falava nada....finalmente soltou a lingua beirando os 3 anos, e não parou mais...hoje a gente precisa mandar ele calar a boca às vezes...
Ele sempre teve um "paladar" bastante estranho....adorava fuçar nas plantas da minha mãe atras de caracóis, e comia...gostava de misturar suco no comida, fazendo aquela sopa agridoce, e comia, dizendo que estava bom.
Ele comia pão com maionese molhado no leite com chocolate....bem...eu comia também....é nojento, eu sei, mas quando a gente dormia na minha avó, a gente pedia pra ela fazer essa gororoba, e era uma delicia!
Ele cresceu, virou um homem e hoje tem 19 anos. Nesse "pouco tempo" que voou como num piscar de olhos, a gente ja brigou, ja se pegou de tapa, eu ja apanhei muito dele, e a gente também ja passou por muitas coisas juntos, e hoje eu digo que ele é quem cuida de mim.

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