sábado, 1 de fevereiro de 2014

Pequenas doses de alcoolismo

A primeira vez que me embebedei foi com 2 copos de vinho. Tava amargurada porque tinha tomado o segundo bolo do mesmo cara e eu resolvi que ia beber. Nunca tinha bebido. Saí a pé com umas amigas, fomos ao micro shopping e eu fui até a churrascaria e pedi um copo. Bebi e tava de boas. Pedi o segundo. Não sabia beber né, bebi como se tivesse bebendo água. De repente me subiu um calor, uma palpitação e eu achei que fosse morrer. Pedi pra sair do shopping e andar na rua, pensando que se pelo menos me desse um treco eu não passaria vergonha no meio de todo mundo.

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Estava tudo certo para aquele show de reggae (sim, eu curtia) que ia ter num barzinho. Eu estava trabalhando até as 22h (um beijo, comércio!) e ia descer direto pra lá. Ainda não tinha carta. Meu irmão passou da loja e descemos pra encontrar uma amiga lá. Quando chegamos, tinham uns amigos do meu irmão bebendo vodka com fanta na frente do bar. Mas assim: 1 garrafa 2l com 5 dedos fechados de fanta e o restante de vodka. E enchi o cu de vodka com fanta. Quando a bilheteria abriu, já estávamos trêbados. Entramos e rolava uma música enquanto a banda não entrava. Meu irmão e eu começamos a passar mal. E corremos, um pra cada banheiro. Então eu fiquei lá, viajando sentada no banquinho do banheiro enquanto as meninas lotavam o pequeno espaço. Até a minha primeira gorfada. Todas elas se amontoaram do lado oposto ao meu e me olhavam com cara de nojo. Apenas uma alma boa me levou até a pia pra jogar água na minha nuca. Saí do banheiro e meu irmão estava me esperando com cara de quem também tinha vomitado as tripas e pediu pra irmos embora. Foi uma cena linda, os dois irmãos bêbados escorando um no outro.

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Carnaval. E mais uma vez, a vodka me fazendo sua vítima. Dessa vez com coca cola. Essa eu não lembro bem como foi. Só sei o que me contaram. Que eu tava com um peguete felizona, dançando e bebendo. Que eu sumi e minha amiga me achou no banheiro vomitando, e só me achou porque eu abri a ponta num solavanco e caí de costas. Que me levaram pra ambulância pra ver se eu tomava glicose, e quando a moça disse que ia me levar pro hospital, eu fiz um escândalo e saí correndo. E depois eu sentei numa mesinha com o peguete, debrucei a cabeça nos braços e....vomitei de novo.

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Era pra ser um churrasco entre amigos. Mais um do qual eu não lembro do final. Mas foi só com cerveja. A certa altura do churrasco eu saí do corpo e dei lugar à personagem. Disseram que eu falava mole e desafinada, que eu ria descontrolada por qualquer coisa, que eu fui atrás de um carinha (que era minha paixão platônica) no banheiro, dormi na mesa e vomitei dormindo. E que, não estando contente, derrubei toda a carne no chão quando acordei assustada por ter vomitado. Mas o fim da noite foi eu apanhando da minha mãe pelada no banheiro. Com 23 anos.

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Já na era pós Melengue, a primeira das piores foi essa.

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Aniversário do Melengue. Foi um dia corrido porque tava tudo pronto quando o tempo virou de uma vez e começou a chover. E foi um tal de corre com churrasqueira pra cá, mesa pra lá, amontoa o povo e o no meio disso a cerveja foi sem perceber. Bebi o dia inteiro, mas achei que tava bem, mesmo falando um monte de abobrinha mole. Da hora de ir embora pra frente, eu não lembro muito bem. Só lembro que saí com a moto e ela praticamente me trouxe pra casa. Parei no semáforo e fiquei viajando com ele aberto até que um carro atrás de mim buzinou pra ver se eu acordava. Acordei no outro dia e vi que tava tudo normal. Porque é assim: quando eu não lembro muito como cheguei, eu checo tudo que eu fiz. Eu tinha colocado trocado de roupa pra dormir, eu não esqueci o celular, nem a minha blusa, abri o portão com a chave, então ok, tava bêbada, mas tava consciente.

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E, finalmente, ano novo. Virada 2013/2014. Mais uma vez, a vodka. Dessa vez com suco Del Valle, depois com energético, e no fim, quando a dignidade já foi embora, com guaraná Poty. Dessa vez eu tava bem, juro. Bebendo com a prima e o primo do Melengue, até que conseguimos convencer ele a nos levar até o lago da prefeitura, onde teve a versão jaboticabalense do "Show da Virada". Mas já não tava tendo mais nada, então ficamos lá curtindo o ventinho fresco das 3h da manhã. E, de novo, acordei na minha cama. Pelada. Com a luz acesa. Ou seja, alerta vermelho. Fiquei tentando lembrar o que eu tinha feito e nada, só coisas que eu não sabia se eram fatos ou se eu tinha sonhado. Fui levantar, o estômago revirou. Voei pro banheiro pra vomitar. Não lembrava de nada do lago pra frente. Fiquei aflita porque nessas horas eu penso que eu posso ter feito tudo né, até dançar pelada em cima da mesa. Quando Melengue chegou, me disse que o que me fez sair do corpo foi quando eu comecei a virar estrelinha na grama do lago, que eu dei trabalho, que eu só falava bosta e que não queria ir embora, mesmo sendo 5h da manhã. Passei o dia 1º inteiro vomitando e dormindo, mas pelo menos emagreci 1kg.

Luciana, dando vexame por causa do álcool desde 1984.